8 de out. de 2009
Saudade.
Quero tanto, meu grande copo cheio de neston, e uma culher, pra ficar centadinho no tapete do chão da sala, esparramando tudo enquanto brinco com meus carrinhos coloridos batendo-os de frente um no outro, por uma confusão causada nem sei porque, em um transito não sei de onde.. Quero tanto meus soldadinhos verdes de volta, e minha inocencia de pensar que pra morrer, só se precisava deitar no chão o bonequinho atingido e fingir que acabou ali, pra depois renascer como um soldadinho, numa nova guerra por nenhum motivo importante. Há como eu queria, meu velocipe que parecia tão grande com um som imaginário tão alto, que até podia vuar de tanto pedalar por toda varanda e arredores de estradas cheias de obstaculos nos becos da minha casa. E aquela toalha preta, que amarrava nas costas, como a capa de um grande cavaleiro e a velha vaçoura a punho, batia em correria pelos quartos defendendo minha mãe de perigos que jamais iriam atingila, enquanto ela, tranquilamente, preparava meu banquete, e com meus cabelos bagunçados, capa, armas ao lado da mesa e muito cansaço, acreditava numa boa estoria que pra ser como sonhava, só me bastava comer tudo e crescer depois de uns dias e por premio final, ganharia o mais valioso presente que uma criança pode desejar, um punhado de doces pra se deliciar e um bom abraço.
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2 comentários:
"Ai, que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos nao trazem mais.."
Casimiro de Abreu
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